ONDE TOMAR UM TACACÁPARÁ

Tacacazeiras se tornam patrimônio cultural do Brasil: mais que comida, uma história de geração e afeto

A decisão de patrimonialização do tacacá pelo Brasil reconhece a importância social e econômica de um bom tacacá. Por trás da cuia, o sustento de famílias e a transmissão de memórias afetivas.

O anúncio de que as tacacazeiras viraram patrimônio cultural do Brasil não é apenas o reconhecimento de uma receita, mas a celebração de uma tradição que sustenta famílias e carrega memórias afetivas profundas.

Para muitos, a atração pelo tacacá é quase um vício: a visão de uma barraca já é um convite irrecusável. Essa atração está diretamente ligada à história de vida por trás de cada cuia, e cada sabor.

Amor Transmitido em Geração

As histórias mais ouvidas nas barracas confirmam a importância social do prato. É comum que o preparo do tacacá tenha sido passado por gerações, um testemunho não apenas de tradição, mas do amor com que a atividade é transmitida.

Muitas dessas tacacazeiras revelam que a venda da comida típica é o sustento principal da família, permitindo que, com o lucro do tucupi e do jambu, sejam pagos colégios, faculdades e muitas outras necessidades familiares. O ofício é, portanto, um pilar econômico e um motor de transformação social.

O Segredo de Cada Cuia

A base do tacacá é universal: mandioca (para extrair o tucupi e a goma), camarão seco e o jambu. No entanto, o modo de preparo varia de tacacazeira para tacacazeira. Cada uma guarda um segredo único, algumas vezes preservado por anos como um segredo de família.

Essa variação é notável no sabor. É possível encontrar preparos com tucupi doce, ou adições como chicória e alho, que dão um toque particular e exclusivo a cada ponto de venda.

O que eu posso te falar é que toda semana eu estou tomando um tacacá. Esse meu vício por tacacá veio do costume de tomar junto com a minha saudosa mãe. Desde quando eu tinha os meus sete anos, toda semana, quando eu voltava do colégio, parávamos em uma tacacazeira que era considerada a melhor da época no meu bairro (Jurunas). Com o passar do tempo, fomos tomando um tacacá todo final de semana. Tínhamos o costume de ir a lugares diferentes para ir provando o tacacá e conversar entre nós mesmos se o tacacá estava bom ou não.

Se você ainda não tomou um tacacá, não perde tempo, é uma das melhores coisas que existe.