Sem Netanyahu, Trump assina acordo de paz em Gaza durante cúpula no Egito
O presidente dos Estados Unidos assinou hoje no Egito o acordo de cessar-fogo em Gaza durante a cúpula que discute os próximos passos do acordo de paz na Faixa de Gaza
O que aconteceu
Donald Trump e o presidente egípcio, Abdel Fattah Al Sisi, anfitrião da cúpula, assinaram oficialmente o acordo de cessar-fogo. Sobre um forte esquema de segurança, o líder norte-americano e dezenas de outros líderes mundiais estão na cidade de Sharm el-Sheikh, no litoral egípcio.
O republicano pousou em terras egípcias após discursar por mais de uma hora no parlamento israelense. Trump foi um dos articuladores do cessar-fogo entre Israel e o Hamas.
Cúpula discute como será a fase dois do acordo, que segundo o presidente norte-americano já começou. O conteúdo do documento assinado pelos líderes não foi divulgado.
Levamos 3 mil anos para chegarmos nesse ponto. Mas isso vai se manter (…) Por anos ouvi dizer que seria um acordo que nunca conseguiríamos o mais complicado, o maior acordo, em um lugar que poderia gerar uma série de problemas, inclusive a terceira guerra mundial. Quero a agradecer a todos aqui.
Donald Trump
Benjamin Netanyahu é ausência. O primeiro-ministro israelense alegou que a reunião ocorre em um feriado judaico.
Após a cúpula, Trump confirmou o fim da guerra. “Após anos de banho de sangue e sofrimento, a guerra em Gaza chegou ao fim. A ajuda humanitária e centenas de caminhões com alimentos, equipamentos médicos e recursos pagos pelas pessoas nessa sala estão sendo enviados. Os civis estão voltando para casa, os reféns voltando para casa”.
Durante o discurso, Trump também disse que apoiará a reconstrução da região. “Todos concordamos que o apoio à Gaza deve ser feito para apoiar as pessoas, mas não queremos financiar nada relacionado ao ódio, terror ou banho de sangue, como aconteceu no passado. Também concordamos que a reconstrução de Gaza requer que seja desmilitarizada e que uma nova Polícia Civil deve criar as condições de segurança para o povo em Gaza. Eu pretendo ser um parceiro para assegurar um futuro melhor”
O Hamas liberou hoje os 20 reféns mantidos em Gaza desde o ataque do Hamas, em outubro de 2023. Eles têm entre 21 e 48 anos e foram entregues às tropas israelenses. Quatro corpos de reféns também foram liberados pelo grupo terrorista.
Quase dois mil prisioneiros de Israel foram libertados e já estão em Gaza. Um representante da autoridade palestina próximo às negociações contou que o grupo ainda luta pela libertação de sete prisioneiros de alto escalão. Entre eles estão Marwan Barghouti, líder do Fatah, e Ahmad Saadat, da Frente Popular para a Libertação da Palestina.
Israel e Hamas devem agora negociar a implementação dos próximos passos do plano de 20 pontos dos EUA. O plano prevê que o grupo palestino se desarme e renuncie ao controle de Gaza após o fim do conflito. Os representantes islâmicos afirmam que não governarão o território depois da guerra. “É um assunto encerrado”, disse à AFP uma fonte do movimento islamista próxima às negociações, em condição de anonimato.
Com informações: Noticias Uol