BRASIL

Nova Presidente da Petrobras Reafirma Compromisso com Política de Preços “Abrasilerada”

Em coletiva de imprensa realizada nesta segunda-feira (27), a nova presidente-executiva da Petrobras, Magda Chambriard, afirmou que a política de preços de combustíveis da estatal continuará sendo “abrasileirada” em sua gestão. Esta política, implementada na administração anterior em 2023, visa proteger os preços internos das volatilidades do mercado internacional.

Chambriard, que assumiu o cargo na última sexta-feira, enfatizou que a Petrobras não deve “contaminar” seus preços com as flutuações externas, mantendo intervalos maiores entre os reajustes para oferecer preços mais competitivos aos consumidores. Embora essa estratégia tenha gerado críticas de que os lucros poderiam ser maiores, a empresa ainda não alterou os preços da gasolina e do diesel em 2024.

A nova presidente destacou a natureza de economia mista da Petrobras, assegurando que a empresa continuará a dar retorno tanto aos acionistas privados quanto à União, controladora majoritária. Chambriard declarou: “Se tem lucro, vai ter lucro, vamos ter dividendos; queremos ter lucro, queremos ter dividendos”.

Ela também abordou a expectativa em torno da distribuição dos dividendos extraordinários retidos de 2023, sugerindo que poderão ser distribuídos em algum momento de 2024. Chambriard vê a produção no pré-sal e a exploração de novas fronteiras petrolíferas, como a Margem Equatorial, como cruciais para a segurança energética do Brasil enquanto se caminha para a transição para combustíveis menos poluentes.

A presidente ressaltou que o Brasil possui potencial inexplorado na Bacia de Pelotas e outras áreas, onde questões ambientais precisam ser resolvidas, especialmente na Margem Equatorial e na Foz do Amazonas. Ela reafirmou o compromisso de trabalhar para que a Petrobras reponha suas reservas de petróleo e gás.

Na área de refino, Chambriard não descartou a possibilidade de a Petrobras recomprar a refinaria de Mataripe, privatizada durante a gestão de Jair Bolsonaro, se for considerado um bom negócio. A Petrobras já vem estudando essa possibilidade desde a gestão de Jean Paul Prates, além de explorar uma parceria em biorrefino com o fundo Mubadala, atual dono da refinaria baiana.

Sobre eventuais mudanças na diretoria da empresa, Chambriard afirmou que ainda está conhecendo os diretores atuais, mas indicou que qualquer ajuste seria apenas para alinhar perfis.