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EUA rejeitam proposta de Lula no G20 para taxar bilionários

Os Estados Unidos rejeitaram a proposta do presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva de implementar um imposto sobre grandes fortunas durante a reunião dos ministros das Finanças do G20, realizada no Rio de Janeiro. Apesar do apoio de países como França, Espanha e África do Sul, a iniciativa enfrenta oposição não apenas dos EUA, mas também da Alemanha.

A proposta brasileira, defendida por Lula, visa combater a desigualdade econômica através da taxação dos super-ricos. Segundo um estudo da ONG Oxfam, os mais ricos do mundo aumentaram suas fortunas em US$ 42 trilhões nos últimos 10 anos, mas a tributação sobre essa riqueza permanece historicamente baixa. Lula argumenta que alguns indivíduos controlam mais recursos do que países inteiros e vê na taxação dos bilionários um meio de financiar o combate à fome.

Entretanto, a secretária do Tesouro dos EUA, Janet Yellen, afirmou que a política fiscal deve ser administrada de forma independente por cada nação. Yellen destacou que os EUA defendem um sistema tributário progressivo, mas não consideram necessário um acordo global sobre a taxação das grandes fortunas. Ela enfatizou que cada país deve garantir que seus cidadãos mais ricos paguem uma parcela justa de impostos, mas de acordo com seu próprio sistema.

A proposta de taxar as grandes fortunas ganhou apoio progressivo ao longo do ano, com economistas como Gabriel Zucman sugerindo um imposto de 2% sobre as fortunas dos bilionários. Mesmo assim, além da oposição dos EUA, a Alemanha também se posicionou contra a proposta, considerando-a “pouco pertinente”.

Essa divergência entre os membros do G20 ressalta as diferentes abordagens e prioridades fiscais entre as maiores economias do mundo, complicando a implementação de políticas tributárias globais coordenadas.